:: PSIQUIATRA
O tratamento de um dependente químico geralmente é feito por uma equipe
multidisciplinar, na qual o psiquiatra tem um papel extremamente importante, pois
pode buscar a origem do problema e compreender o que levou essa pessoa a entrar
e permanecer no universo das drogas.
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Como a psiquiatria enxerga a dependência química?
Até poucos anos, o senso comum
via a dependência química como algo que acometia apenas pessoas que viviam às
margens da sociedade. No entanto, a psiquiatria provou, por meio de estudos e
observação, que qualquer pessoa pode desenvolver esse problema,
independentemente de classe ou posição social.
Estudos de anatomia e fisiologia
humana provaram que o cérebro humano possui uma área relacionada com as
sensações de prazer. É ela que faz com que tenhamos uma sensação positiva ao
comer um alimento, em sentir calor após permanecer muito tempo no frio, ao
fazer sexo etc. Essa área do cérebro, chamada de
accumbens, no decorrer da evolução humana, fez com que nossos organismos
desenvolvessem um sistema de recompensa. As drogas agem nesse sentido, ativando
esse sistema e fazendo com que o usuário sinta-se bem ao utilizá-las.
Sendo assim, quando uma pessoa
tem problemas psicológicos, como tendências depressivas, baixa autoestima,
pouca confiança em si mesmo ou até mesmo problemas com familiares e a sociedade
em que está inserida, pode encontrar no uso de drogas uma válvula de escape,
algo que lhe faz sentir prazer.
O problema disso tudo é que as
drogas pervertem o repertório de prazer, de modo que fazer sexo, comer,
conversar, conviver com outras pessoas, ou qualquer outra fonte de felicidade,
pode deixar de ser efetiva, fazendo com que o usuário precise usar substâncias
ilícitas para se sentir bem e compensar esse “vazio”. Para a psiquiatria, é importante
ter o entendimento clínico do que causa a dependência química, para,
conjuntamente a outras áreas da medicina e a profissionais da psicologia, seja
possível oferecer um tratamento adequado e digno, visando reverter esse quadro
nos usuários.